segunda-feira, 3 de maio de 2010

Do dia em que ela veio



















Quando eu via o Chico sentado na calçada falando sozinho me dava vontade de me juntar a ele e ouvir suas estórias. Eu até achava que ele não batia bem, só que sempre fui dada àquele tipo de loucura.

Certa vez ele mudou de calçada, veio sentar debaixo da minha janela e repetia sem parar que havia tocado no sol. Olhou pra cima e quando me viu riu, como se tivesse me achando uma tola por duvidar.

Depois o Chico sumiu.

(...)

Quando a mãe me beijou na testa e eu fiquei ali não sabia como seria. Fiquei quietinha esperando tudo. Pensei no girassol que ganhei quando criança e me bateu um gosto de alegria por dentro. Depois achei melhor parar de pensar.

Escutava vozes sem entender nada. Até que de repente um cheiro de azul entrou na sala e quando olhei pra cima vi o sol me entregando um de seus raios. Segurei com força, ouvi de longe um canto em forma de choro. Tudo se aqueceu. Lembrei do Chico e da vez que ele tocou no sol.

E eu me senti iluminada!

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