Quando era dia do meu avô passar em casa, pra mim era como dia de festa. Me arrumava toda, prendia o cabelo, colocava laço e vestido colorido. E ele vinha lindo. Cabelos bem pretinhos e olhos grandes. Segurava minha mão, íamos à missa. Eu repetia todas as rezas só pra ele saber que eu aprendia fácil e de vez em quando deitava no seu ombro só pra sentir o cheiro de felicidade que ele trazia.
Passávamos horas contando histórias, ele ensinava como era fácil brincar de roda com as nuvens e que o sol gostava de rir da gente.
Certa vez, me sentou no banco da pracinha e enquanto eu contava as pedras do chão falou sobre o amor. Que isso era coisa pra gente que carregava o coração nas mãos. Que era tão bonito que fazia cócegas na alma. Colocou uma flor entre meus dedos e disse que quando eu fosse moça feita eu saberia.
E eu já sabia.
"[...]Cabelos bem pretinho e olhos grandes"
ResponderExcluiré lindo ver como as palavras são suas amigas e como é doce e acolhedor ler seus escritos!
Saudades!
Beijos Prima, irmã, amiga!
Walter Netto