
Sempre que ameaçava vir chuva, a mãe como quem já prevê que seria das grossas, saia colocando pano em tudo que “tivesse vidro”. Era na TV, nas janelas e nos espelhos. E eu ia correndo atrás, ajudando. E ela rezando.
Depois ela juntava a gente no quarto e ficávamos todos em silêncio ouvindo as trovoadas. Quando balbuciávamos, ela não respondia. Ficava encolhida com os braços enlaçando as pernas e eu ali no meio segurando a mão do meu irmão. Parecia ritual.
Éramos todos filhinhos naquela hora, ouvindo o Criador zangar.
Carla Abreu
Que lindo isso, Carlinha!
ResponderExcluirObrigada, amiga!
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