domingo, 5 de julho de 2009

O silêncio do teu nome



“Eu protegi seu nome por amor...”
(Cazuza)


*

Hoje eu acordei medrosa, mas sem reclamar presença. Com dois ou três sustos pela casa e um cheiro morno de ilusão no corpo.
Dois olhos crus, duas noites perdidas, duas fagulhas de sorriso no rosto.

Um incêndio na alma.

Eu queria continuar, quis tanto tentar, mas entre nós dois restava apenas a boa educação, alguns gramas de literatura - barata - e dois versos rabiscados no chão escuro do quarto
Eu o vi tantas vezes atrás do que mais tentava esconder, eu penetrava em sua alma através do meu olhar. Cada gesto, cada palavra e o mel que as tomava me remetiam a sonhos e desejos inalcançáveis.

Sonhos com gosto das madrugadas... Indecifráveis

Por tanto crer em sua antiga canção, eu ganhei asas, assumindo o vão entre nossos corpos, como a visão panorâmica do paraíso.
Até restar de tudo, umas doses de uísque, uma cama desfeita e esse medo de rever meus antigos preconceitos.
Porque seus gestos me dizem demais.
De fatos e loucuras. De palavras insanas. Da sua arte que faz nascer cura ou morte, dependendo da forma como se pronuncia seu nome.

Esse que calei para proteger.

E por tamanha impossibilidade, decidi deixar calar sua voz que ressoa baixa, decidi não dançar seu sonho e nem gritar tão alto por você.

Pois, por amor, em segredo, te guardei.

Carla Abreu e Jessiely Soares.



5 comentários:

  1. Carla e Jessielly,
    Parabéns pelo texto.
    É bonito e triste, poético e confessional.
    Beijos
    Rita

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  2. :D

    AMO esse texto. A parceria, parceirinha, deu o tom perfeitinho a ele!

    :D

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  3. Miga to aki lendo seus textos e mais orgulhosa da amiga q tenho é impossivel.
    Sucesso sempre...
    Te amo
    Ana Paula L.

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